quarta-feira, 9 de outubro de 2019

123-O PIANISTA


Meu piano não fez planos de te amar
Mas, aconteceu, sei lá por que 
E o dia parecia fenecer se sumias
Ou a noite prosperar e florescer

Se surgias com girassóis de aquarela
Na lapela eu punha o Sol
Para o arrebol do teu olhar
Consagrar para mim um sorriso salutar

Mas, nada de sagrado havia
Então, desafinado, o instrumento decaía
E minhas mãos trêmulas de cafeína
Não podiam mais tocar senão esquemas

Em mesas de bar, Bach esqueci
Assinei a ruína que escrevi

Ateu Poeta
2014

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